Thomas Sankara│O futuro não está disponível. O ser humano provou outra vez, que é um perigo para o planeta e uma ameaça às outras espécies residentes. O vírus do Covid-19 veio pôr à prova qualquer ser humano e habitante do planeta Terra e trouxe a nudez de qualquer governo, o que nos leva a crer novamente que a ciência é superior às armas e que o dinheiro não é tudo, ao vermos grandes nações em colapso. Seja o vírus uma invenção de laboratório, seja irresponsabilidade, ao devastar vidas de outros terráqueos, a verdade é que, o mundo já não será o mesmo. E se o for, reafirmo o que terá dito Ailton Krenak: «tomara que não voltemos à normalidade, pois que, se voltarmos, é porque não valeu nada a morte de milhares de pessoas no mundo inteiro». O mundo parou. É ilógico pensar que tudo voltará ao normal. O homem demonstra ser uma espécie de criança que brinca por tempo indeterminado, a devastar o planeta, a criar um espaço de desigualdades gigantesco entre as sociedades e a implantar ditadura às outras espécies, definidas por ele como menores. Agora, veio o Covid-19 e com ele, a morte.
Mais triste são as realidades de alguns países e certos governos ineptos que adotaram a necropolítica como a prática mais coerente. É o caso da França, do Brasil e dos EUA. Pessoas a morrer em número demasiado e o Presidente Bolsonaro, caracterizado pela filósofa Viviane Mosse como «um fruto seco, não está vivo nem morto, é um nada», insiste em afirmar lixo, como se nada estivesse a acontecer. Para ele, trata-se de «uma febrezinha». Tanto ele como Donald Trump têm uma cota parte de culpa pelas várias mortes nestes países. Não são cientistas, não deveriam ter voz nesta hora! Que esperem o momento das guerras, agora, é vez dos cientistas decidirem o rumo da humanidade. As mortes somam-se, as entradas nas urgências e o número de pessoas internadas nos cuidados intensivos aumentam e, ainda assim, o senhor primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, a 28 de Abril, apresentou um plano progressivo de desconfinamento! Estes senhores ignoram assuntos? Christian Drosten, o médico cujo papel no combate ao Covid19 na Alemanha é notável, fez alertas importantes: as pessoas não querem ouvir os cientistas e preveem o futuro numa visão vulgar. Deste jeito, a humanidade vai acabar! Em entrevista ao Et Urbs Magna, o cientista afirma: «as pessoas veem que os hospitais não estão sobrecarregados e não entendem porque é que as suas lojas precisam fechar. Eles apenas olham para o que está acontecendo aqui, não para a situação em, digamos, Nova York ou Espanha. Esse é o paradoxo da prevenção e, para muitos alemães, sou o cara mau que está prejudicando a economia. Recebo ameaças de morte, que passo à polícia. Mais preocupantes para mim são os outros e-mails, os de pessoas que dizem ter três filhos e estão preocupados com o futuro. Não é minha culpa, mas esses me mantém acordado a noite.»
A prioridade, agora, deveria ser construir planos fortes para a saída deste evento triste, pelo contrário, os governos calculam as economias, enquanto a sociedade calcula as mortes, todos os dias, nos ecrãs da televisão. O Covid-19 não tem ouvidos, não conhece dinheiro nem poderes, o exemplo disso são os EUA, que já ultrapassaram cinquenta mil mortes. Inédito! Se fosse um conflito militar, já sabemos quem estaria na linha de frente. Desde pequenos, aprendemos que há uma lista de espécies em extinção, nunca alguém comum pensou em Covid-19, e durante anos destruímos as florestas, matámos outros animais, fizemos grandes queimadas e matámos rios. Durante anos, alguns de nós foram escravizados, negámos a pluralidade das formas de vida e de hábitos. Somos piores que o Covid-19, porém, agora sabemos que não fazemos falta na biodiversidade. Até antes da epidemia do Covid-19, um africano, uma pessoa da américa latina, um índio ou um quilombola, eram visto como sub-humanos, pessoas que bem conhecemos não cessam, nem se envergonham de afirmar isso. Não digo que a situação mudou, não. Parece que a natureza se cansou de nós! Quer nos desligar dela, tirando-nos o oxigénio, mais nada.
Governos que acham que a economia não pode parar, são patéticos. Como o navio pode ter mais importância do que a tripulação?
Que o vírus é um amigo dos pássaros e ursos, é verdade. Ele está a matar somente humanos, e em massa. Ainda assim, uns defendem a retoma das atividades económicas, até dizem: «alguns vão morrer» e que é inevitável. Este tipo de abordagem afeta quem ama a vida, quem ama os idosos e crianças, é uma declaração sem a mínima humanidade, é pura banalização da vida humana. Governos que acham que a economia não pode parar, são patéticos. Como o navio pode ter mais importância do que a tripulação? O certo seria: a humanidade está em risco, toda e qualquer atividade deixa de ter importância. O problema está identificado — a luta pelo poder — uns já estão a pensar quem será a potência do mundo depois de tudo isto, quem vai ter o maior número de indústrias em funcionamento, o país em andamento sem os problemas básicos… esses são os problemas e, assim, vamos insistindo nos erros.
Outros vão mais longe ainda. Sobre esses nem vamos gastar energia, nem tempo a citar os nomes. Em tempo de dificuldades, criaram espaços televisivos onde dois palhaços discutem assuntos banais. Um outro grupo de indivíduos, enquanto o vírus se propaga no tal território, entende que é o momento de discutir a permanência de deus no poder, e dizem mesmo que o tipo «não teve tempo suficiente para materializar as grandes realizações no país, uma vez que o seu primeiro mandato (2017-2022), foi prejudicado (em 2020) com a pandemia de covid-19, antecedido por lutas internas (combate à corrupção) que determinaram a consolidação do seu poder. Para estas pessoas, o segundo mandato (2022-2027), em caso de vitória eleitoral, seria insuficiente para o tipo provocar enormes mudanças ao tal país. Sugerem que, para além de se pretender ir ao terceiro mandato, o mesmo passasse a ser de sete anos ao contrário de cinco, à semelhança do que fez um tipo de um país vizinho em 2015.
A OMS encontrou o seu inimigo nas terras de África. Chama-se Jerome Muniangy, um jovem médico e pesquisador congolês, que, preso e ignorado no seu país de origem, foi declarado herói em Madagáscar e o Presidente Andry Rajoeline, não precisou aprovações dos super-homens e apresentou o Covid-Organics, um remédio feito à base de plantas naturais, uma planta, inclusive, proibida pela OMS. Segundo a explicação do médico num vídeo, a planta não representa nenhum perigo para vida humana, pelo contrário é a solução para a malária. Questionado de forma insistente pelo jornalista, o jovem afirma desafiar a OMS a provar uma só morte provocada pela artemísia. Ele, por outro lado, provará milhões de mortes causadas por vacinas em África. Os humanos definitivamente têm provado que a humanidade é uma «mentira». Que me chamem de louco. Aceito, mas o futuro continua mesmo indisponível. Para acabar com este vírus, temos de esquecer essa modalidade de política de sacrificar vidas para salvar a economia. Não serve, precisamos das pessoas.
Nota-se claramente a falta de Humanismo destes lideres,não se importão em ceifar vidas de pessoas para Ecónomias.
Em Angola particular nota-se o Desespero do executivo Angolano de querer travar a todo custoo a propagação da Covid-19.Não é por seresm boas pessoas,é por ser uma pandemia que não escolhe classe Social.
Os politicos são totalmente perversos nas suas abordagens quanto a tomada de decisões, em Angola no caso não existe preocupação nenhuma quanto a solução dos casos de Covid-19 tudo porque continuam dependente das organização corruptas mundiais, a OMS no caso, enquanro for eles a ditarem o que é e não licito para nós teremos grandes problemas.