CASAS: uma nota de compaixão

CASAS: uma nota de compaixão

Está a circular uma lista onde consta o meu nome, cujo fim, seria a aquisição de moradia mediante “tráfico de influência” do CNJ.

Nunca dialoguei com quem quer que seja para obter casas. Não conheço sequer o endereço do CNJ.

Resido fora de Angola desde 2017. Qualquer compromisso legal sobre a aquisição de bens, pressupõe o meu nome completo e assinatura. Como podem ver, na lista não consta o Domingos José João da Cruz. Na minha ausência, carecia de um representante legal ou uma procuração, mediante a qual, eu delegaria poderes a terceiros. Colocaram Domingos da Cruz. Embora seja publicamente conhecido por este nome, não é razoável que alguém celebre um contrato para compra de uma casa sem o seu nome completo.

O CNJ não é uma corretora de imóveis, por isso, esta lista demonstra o atraso civilizacional a que o regime remeteu o país. Por outro lado, ela visa a manipulação daqueles que sempre caíram em armadilhas.

É óbvio que a habitação é um direito. Quem a deseja deve submeter-se a um concurso público aberto. Se alguém por razões económicas não for capaz de pagar, o Estado tem o dever de conceder residências aos cidadãos.

Estou triste ─ como sempre ─, pelo estágio em que estamos enquanto país. Arrastaram toda uma nação para níveis tão baixos ao ponto de perder tempo para discutir sobre uma moradia, quando deveríamos estar a pensar em inteligência artificial, em economia circular e azul, na economia verde, etc.  tal  como estão a fazer os outros povos e nações.

Finalmente, gostaria de informar ao CNJ, que em breve dar-se-á entrada de um pedido de inquérito à Procuradoria-Geral da República para averiguar como e porquê colocaram de forma indevida o meu nome para um acto criminoso: tráfico de influência. Não acredito que a PGR fará o seu dever, mas faremos o necessário para pôr à prova as instituições.

Domingos José João da Cruz

                                                                                       23 de Novembro de 2020.

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