Joaquim Manuel*│A mais pura suposição do dever ser, do exercício da actividade jornalística nas democracias modernas traduz-se na liberdade de imprensa e de expressão. Isto é, na autonomia da linha editorial dos respectivos órgãos de difusão massiva quer seja, rádio, televisão e jornal, concebidos como órgãos tradicionais de comunicação social.
Neles deve haver a emissão de opinião livremente expressa, sem a coacção de qualquer interesse exógeno que vise impingir ao jornalista e/ou ao entrevistado a emitir um ponto de vista sem isenção, e portanto, sem respeito ao princípio da imparcialidade; sem fundamentos na lógica da sanidade mental e do comprometimento rigoroso com a ética profissional e intelectual, independentemente da sensibilidade que o assunto a ser tratado provoca.
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O “x” da questão prende-se na discussão isenta e racionalmente profunda sobre as reais causas, consequências e a dinâmica acelerada da cadeia de transmissão do vírus da Covid19.
Porque é que circulam, na grande media internacional, um leque de informações de carácter “irrefutáveis” pela tendência que se pretende a todo o custo fazer valer a uniformidade perceptiva sobre o vírus e as suas implicações?
No âmbito da liberdade de imprensa, convinha que os órgãos de informações não tivessem fontes únicas ou, na mais pura hipótese, não reproduzissem a cada 24 horas, taxativamente, as mesmas explicações oficiais emanadas da OMS. Não obstante, a pequena discórdia que se verifica ao nível dos governos locais de determinados Estados em que p. ex: o titular da pasta ministerial da Saúde, diz alguma coisa que volta e meia é contrariada pelo chefe do Governo ou pelo Presidente da República.
Na verdade, o que se pretende com este artigo é indagar o silêncio de outras visões. No caso concreto, aqueles que podem discordar e trazer uma abordagem contrária sobre a pandemia e suas implicações. Há parcialmente, uma opinião “unânime” que monopoliza a leitura racional sobre a pandemia, concentrando todas as atenções a uma única perspectiva sanitária. Porquê?
Entidades eclesiásticas, políticas, académicas, reproduzem diariamente a mesma informação. E, para a grande midia, a nossa provocação baseia-se no facto de que é inconcebível, pela qualidade de profissionais que possuem e pela capacidade técnica que detêm, limitarem-se na reprodução de matérias informativas…
Isso é jornalismo imparcial e isento, ou é toda uma complexa técnica de garantir que a verdade dos “tiranos” que impõem a verdade universal possa vincar!?
O reconhecimento e respeito por conhecimentos variados sobre um fenómeno, mesmo que contrário ao dominante, é necessário; é crucial para que as pessoas possam manter-se livremente informadas de múltiplas fontes.
A democracia apresenta-se, infelizmente, amordaçada pela conveniência do capricho económico, o capitalismo controla a democracia em todos os quadrantes, sem qualquer abertura para que a democracia livremente se democratize…
A liberdade de expressão e de imprensa é um fiasco, não passa duma utopia assassinada desde tenra idade pelo capitalismo que define um modelo de “princípios” na consciência colectiva mundial…
*Activista.