A Liberdade de uso da Internet desce em Angola

A Liberdade de uso da Internet desce em Angola

OI internet
[PT/rmc]
Redacção OI || A liberdade de utilização da internet no mundo continua a cair e Angola não é excepção, diz relatório da Freedom House. A liberdade de utilização da internet no mundo continua a cair e Angola não é excepção, diz relatório da Freedom House. Pelo quarto ano consecutivo a liberdade de utilização da internet no Mundo caiu. O relatório Feedom on the Net, publicado ontem pela ONG Freedom House, volta a ser liderado pela China, um dos 65 países analisados.

Angola está pela segunda vez no relatório, com um desempenho pior do que em 2013. Para os investigadores o país desceu quatro lugares no ranking geral de países (passou de 34.º para 38.º). O relatório tem ainda em contra outros três critérios: os obstáculos ao acesso, limites ao conteúdo e violações aos direitos do utilizador.

Na secção dedicada a Angola, a Feedom House reconhece uma melhoria nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), sobretudo desde 2005, resultado do investimento feito pelo governo; a penetração da Internet junto da população é agora de 19 por cento (17 em 2013).

O relatório faz depois referência às ingerências do poder no controlo de informação: “Ao mesmo tempo que o conteúdo on-line e as aplicações de comunicação são de acesso livre, o governo parece cada vez mais intencionado em perseguir dissidentes, através de meios legais e extra-legais”.

Tendência essa que tem sido seguida no resto do mundo. De acordo com a organização, mais de metade dos 65 países analisados endureceram as suas políticas de censura desde Maio de 2013, data de publicação do último relatório. O número de detenções provocadas por comunicações na internet também aumentou significativamente, sobretudo nas regiões do Médio Oriente e Norte de África.

Madeline Earp, investigadora da Freedom House, organização baseada em Washington, sumariou assim o relatório: “Existe definitivamente a noção de que a Internet oferece uma verdadeira alternativa aos media tradicionais e os governos começaram a acelerar um pouco o passo”, disse ao New Yorker.

O documento dá como exemplo a Rússia, cuja pontuação tem vindo a descer nos últimos cinco anos, em especial desde 2012, ano em que Putin chegou à presidência, e autorizou o bloqueio de determinados conteúdos na Internet. A Turquia é outro dos países que regista uma das maiores descidas no ranking (de 49º em 2013 para 55º), o resultado óbvio das posições do Primeiro-ministro Recep Erdogan, que em Março prometeu “erradicar” o Twitter. Irão e Síria foram outros dos países com a pior classificação. Em sentido contrário estão Birmânia, Tunísia, Cuba e Índia, onde o controlo foi aligeirado. Europa e Estados Unidos são os continentes onde os internautas estão mais à vontade. [F/ REDE ANGOLA.]

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