À Administração da Web Observatório de Imprensa
Assunto: Direito de resposta a matéria publicada no site ˂https://observatoriodaimprensa.net/mel-gamboa-propoe-desobediencia-civil-passiva/>
- Melakrini Gambôa conhecida como Mel Gambôa, actriz de profissão também apresentadora de tv e rádio, de 30 anos de idade, residente em Luanda, no município das Ingombotas. Venho por meio desta, e no âmbito do artigo 64.º e seguintes da Lei de Imprensa, exercer o meu Direito De Resposta a matéria publicada na web supracitada com o título “Mel Gambôa propõe desobediência civil passiva”, nos seguintes termos:
- Foi publicada na web uma matéria retirada da minha página do facebook, que eu partilhei, recebendo de outras pessoas. Entretanto, enquanto gestora da minha página e de toda a informação veiculada através dela, eu NUNCA fui contactada, nem que fosse para verificar a fonte da informação.
- Reitero que eu não fui contactada e que a informação foi retirada do meu perfil privado do facebook, sem nenhuma autorização prévia, para publicação em qualquer tipo de imprensa. Com a agravante de terem incluido o meu nome e imagem como sendo “propositura” de tal acção.
- Foram os autores do mesmo site Observatório da Imprensa, o seu coordenador Domingos da Cruz e colaborador Sedrick de Carvalho, que via mensagem privada me deram a conhecer a existência da matéria em questão e após abordagem sobre a situação, os mesmos se negaram a retirar a matéria a qual me apontam como mentora de uma acção, da qual sou somente mais uma participante.
- Na elaboração da matéria para o referido site, foi utilizada a minha imagem, sem que para tal tivessem tido alguma autorização de minha parte.
- Em conversa com o citado coordenador e colaborador, referi que: “Devia me ter contactado antes, O facto de eu ter abraçado a causa, e ser figura popular, não faz de mim autora desta ideia. Por respeito aos mentores eu não posso aceitar isso. Apesar de que abraço esta causa como se eu mesma a tivesse criado. Claro que a minha popularidade faz com que a informação alastrasse, mas se me tivesse contactado antes teria articulado melhor esta matéria que mais parece sensacionalismo tirando partido do meu nome que uma preocupação legítima em informar.”
- Ainda indignada com o acto, referi que “Eu não tenho que justificar nada. Fizeram a matéria sem me pedir opinião. Portanto o site já foi exposto. Usaram – me para criar sensacionalismo político sem zelarem pela veracidade e muito menos pela minha segurança. Mas tudo bem. O meu parecer está postado no facebook.”
- Em resposta o colaborador da web apenas se desculpou em nome da equipa, por não terem me contactado. Dando a entender que isso não mais haveria necessidade de falar do assunto.
- Acto continuo, insisti dizendo que “Eu acho que vocês deveriam tirar a notícia do site. Essa situação toda não tem nome, não tem figura pública, é de angolanos por Angola. Se arranjarem alvos vão arranjar justificações para que o poder abafe esforços que vários activistas tem feito durante anos.”
- E finalizei dizendo que “Só vou considerar essas desculpas como sinceras se apagarem a notícia do site.”
- Apesar da insistência do citado colaborador em me fazer crer que não é errada a publicação da material, em meu nome e com a minha foto, sem nunca ter sido contactada, nem mesmo ser a mentora do citado manifesto, eu mantenho minha posição de que o material precisa ser retirado do ar.
- Ao que me constou e apesar de existirem centenas de pessoas envolvidas, a acção dos indivíduos foi a de se aproveitarem do facto de eu ser uma figura reconhecida publicamente e de fazerem sensacionalismo político gratuito associado ao meu bom nome artístico, pois não fui tida como uma cidadã queixosa e sim como uma actriz, pelo que se pode constatar a premeditação do teor manipulativo da informação dirigida ao grande público.
- O exercício da liberdade de imprensa, conforme artigo 40º da Constituição tem como limites os direitos de todos ao bom nome, a honra, a reputação a imagem, a reserva da intimidade privada e familiar.
Por tudo isso, e pelos direitos que a Constituição me confere exijo:
a) Que seja retirada a matéria da web, pois viola o meu direito a privacidade, o direito a imagem (artigo 32º da Constituição), para além de constituir possível conduta criminosa, caluniosa, pois atribui factos que não me são imputáveis;
b) Que haja um pedido formal de desculpas na web site e que seja dado o mesmo destaque que foi dado à matéria em questão;
c) Que seja publicada, exactamente nos mesmos termos que foi a matéria, o presente direito de resposta, conforme normas da Lei de Imprensa Angolana.
Sem mais outro assunto.
Despeço-me com a mais elevada consideração.
Luanda aos 03 de Maio de 2015.
Melakrini Gambôa ________________