Muitos optam pela estratégia mais simplista para derrubar os grandes, na qual alegam ser fundamental juntar-se a eles, permitindo alcançar uma visão mais alargada das suas manobras contra a liberdade e direitos fundamentais. Outros preferem nem mesmo sentir o cheiro da maldade planificada e enraizada.
Os cidadãos procuram entre os políticos e membros da sociedade civil, um modelo de líder para os destinos desta demonstração de país. Em gesto de brincadeira, não deixa de ser a visão de um cidadão preocupado com o destino deste país que caminha na mesma direcção, alguns citadinos elaboraram uma lista, na qual citam nomes dos mais activos autóctones que lutam para uma possível viragem de sistema, o que prova o bom desempenho da intelectualidade juvenil.
O que deixou chocado a sociedade, traumatizou concomitantemente o jovem jornalista e activista dos pobres, Rafael Marques, foi a cilada ou golpe contra si.
Segundo o dicionário priberam, a palavra golpe pode ter duas significações: do latim colaphus, bofetada, murro, do grego kólafos, ou pancada na face). Desta maneira pode-se afirmar que o que está a suceder com o escritor é um puro golpe que trás lesões psicológicas trágicas ou até mesmo um ataque vascular cerebral, vulgo trombose.
O Ministério Público pediu 30 dias de prisão para o escritor, apesar dos representantes dos generais, no processo de difamação sobre violação dos direitos humanos e exploração diamantífera terem aceitado as explicações do mesmo. Esta posição foi assumida esta segunda-feira, 25, nas alegações finais do julgamento em que os queixosos afirmaram que não havia motivos para continuar com o processo, levando mesmo a desistirem de qualquer pedido de indemnização.
Mas se as negociações originaram a posição de que tudo estava sob controlo e ao ponto de se divulgar a boa posição dos ditos generais, como se compreende tamanha barbaridade intelectual?
Isso é que considero um GOLPE CRITERIOSO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DE INFORMAR E DE SER INFORMADO, pois a verdade é que quem tem o livro publicado e devidamente divulgado é o Rafael Marques e os lesados são os acoplados ao poder.
A verdade é que no meio de muitas mentiras seguidas ao longo desse tempo, fica completamente difícil acreditar na possibilidade de haver uma única verdade, mas isso não impediu de eu e outros cidadãos nacionais e estrangeiros louvarmos a brilhante iniciativa de se chegar a um consenso em relação ao julgamento mais mediatizado do país (pelo menos nas redes sociais e nos canais de comunicação social estrangeiros).
O que se verifica é que ainda não estamos maturos em relação a resolução de conflitos e outras formas de se chegar aos consensos. E desta maneira, qualquer lugar que se diz país está refém a determinados estragos civilizacionais do ponto de vista geral.Aconselho o mesmo que o aconselhei ― seja mais visionário, duro e vertical nos momentos das negociações e, caso seja mesmo condenado, vá com honra e o momento reflectirá uma grande VITÓRIA DA LIBERDADE E DA DEMOCRACIA.
“O que eu acho estranho, e digo isso como réu, é que depois de ter apresentado essas explicações para pôr termo ao processo, venha o Estado angolano pedir a minha condenação e dizer que eu não apresentei provas. Eu acho isso extremamente ofensivo, trouxe as minhas testemunhas, mais de cinco vezes a Luanda, com muito custo. E eu desisti porque acreditei na palavra dos generais e do Estado angolano. É uma cilada. O que houve foi uma cilada. E o Estado angolano há-de conhecer-me de uma forma muito mais dura”, disse Rafael Marques. Segundo o jornalista e escritor Domingos da Cruz, o choque não está na cilada, porque deste regime nem um “milímetro” de confiança deposita, por isso, considera, “deles só espero barbárie. O que chocou-me realmente, é saber que meu amigo Marques ainda confia nos generais e no regime. Chocadíssimo estou eu!”, escreveu Cruz na sua página do facebook.
Rafael Marques é dono do portal Makaangola, no qual faz trabalhos de denúncia sobre corrupção e está a ser alvo de uma acusação de calúnia e difamação, depois de ter exposto estes alegados abusos na publicação, em Portugal, em Setembro de 2011, do livro Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola. Os queixosos são sete generais, liderados pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior e os representantes de duas empresas diamantíferas. E assim aonde vamos?
I don’t believe in politics